O século XX, sobretudo sua primeira metade, foi um momento na história da humanidade em que grandes e importantes transformações aconteceram. Foi uma época de intensos conflitos e violência, como a eclosão de guerras mundiais, assim como o fortalecimento da industrialização e de um sistema econômico opressor. As populações no mundo todo sentiram os impactos dessas transformações e, obviamente, isso se refletiu na maneira de enxergar e sentir o mundo.
No Ocidente, na Europa mais exatamente, surgiram movimentos artísticos que buscavam dar conta de expressar esses sentimentos conflitantes, anseios e desejos.
Tais movimentos foram chamados de vanguardas, ou seja, vertentes que traziam inovações criativas, conceituais e estéticas.
Algumas das correntes que se destacaram, e que influenciaram culturalmente outros países, foram o expressionismo, fauvismo, cubismo, abstracionismo, dadaísmo, surrealismo e pop art.
A pop art é vista como um momento de transição para o que chamamos de arte contemporânea, que se manifesta em diversas linguagens nos dias de hoje.
Aqui vamos abordar essas vertentes, focando principalmente na linguagem da pintura, tão presente naquele momento.
Expressionismo
Um dos primeiros movimentos a despontar foi o expressionismo, surgido oficialmente na Alemanha em 1905 através da criação do grupo Die Brücke (A ponte). Os expressionistas foram muitos influenciados pela arte de Vincent Van Gogh e Edvard Munch, considerados os precursores do movimento. A ideia dessa vertente era transmitir todo o sentimento de angústia e inadequação presentes no contexto, usando cores intensas, distorções e pinceladas dramáticas.
Fauvismo
O fauvismo também buscava criar imagens impactantes com cores puras e de forma arbitrária. Os pintores muitas vezes representavam as coisas com cores diferentes da realidade e sem misturas e degradês. Na verdade, o nome dessa vertente foi dado por críticos que não gostaram das telas apresentadas em uma exposição de 1905 no Salão de Outono, em Paris. Eles condenaram a mostra, chamando os participantes de “les fauves” – “os feras”, ou “os bárbaros”. E assim o nome fauvismo foi incorporado pelos artistas, reafirmando sua ousadia.
Cubismo
Uma das mais famosas vanguardas é o cubismo. Criado por Pablo Picasso e Georges Braque, esse movimento propunha a fragmentação da imagem, de maneira a exibir a realidade em diversos ângulos através da pintura bidimensional. Para isso, as formas geométricas e cilíndricas foram usadas ao máximo.
Abstracionismo
Já no abstracionismo, a forma é completamente liberta e passa a estampar as telas sem o compromisso de representar figuras reconhecíveis. As cores, texturas, linhas e formas são as personagens principais nessa corrente.
Dadaísmo
Um dos movimentos que questionou o caráter ilógico das guerras e o completo absurdo que presenciavam foi o dadaísmo. Essa vertente surgiu da reunião de um grupo de artistas que se refugiaram na Suíça durante a Primeira Guerra (1914-1918). A ideia era explorar a espontaneidade e o acaso em experimentos criativos feitos com “automatismo psíquico” e também a ironia e a crítica.
Surrealismo
O surrealismo surge na década de 20 como um desdobramento do dadaísmo. Os artistas também usavam o inconsciente como material fértil para a criação da suas obras, buscando cenas oníricas e absurdas. Aquela foi a época em que os estudos psicanalíticos de Freud estavam nascendo e os surrealistas se inspiraram na psicanálise para embasar sua arte.
Pop art
Por fim, apontamos a pop art como uma das últimas corrente artísticas do século XX antes da arte contemporânea. Surgiu a partir dos anos 60 nos EUA e tinha em Andy Warhol seu maior representante. Os artistas dessa vertente trouxeram a cultura de massas para as artes, se inspirando em histórias em quadrinhos, publicidades, cinema, tv e figuras públicas como celebridades. A intenção era – entre outras – trazer uma crítica ao consumo, mas de certa forma também acabava reforçando-o.
Entretanto, é inegável que a pop art abriu caminho para que outras formas de expressão tivessem espaço, aliando a vida prática e cotidiana ao universo artístico e aproximando público e obras.