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Expo Samantha Canovas e marcelo Camara

Barafunda, de Samantha Canovas, e Num Relâmpago, de Marcelo Camara

No dia 25 de maio, das 16h às 20h, a Referência Galeria de Arte inaugura duas exposições simultâneas de artistas de Brasília. Na Sala Principal, Samantha Canovas realiza a exposição “Barafunda”, sua segunda individual em oito anos. Com curadoria de Rachel Vallego, a artista apresenta obras que por meio das artes têxteis propõe um “exercício de liberdade criativa” e uma reflexão sobre a arte contemporânea. Na Sala Acervo, Marcelo Camara apresenta “Num relâmpago”, um conjunto de pinturas/desenhos em tamanhos variados em que faz um exercício sobre o comportamento do trabalho em um espaço contido. Com curadoria de Pedro Ernesto, o artista que também realiza sua segunda individual, celebra uma maior liberdade e autonomia pictóricas. As mostras ficam em cartaz até o dia 20 de julho, com visitação de segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 15h. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. A Referência fica na 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo, Asa Norte, Brasília DF. Telefone (61) 3963-3501 e Wpp (55 61) 98162-3111. No Instagram @referenciagaleria.

Barafunda

De Samantha Canovas
Curadoria | Rachel Vallego
Sala Principal | Referência Galeria de Arte

Barafunda, c. 1543, substantivo feminino, que significa: 1) situação em que não há controle ou ordem, na qual um grupo de pessoas produz tumulto, balbúrdia, pandemônio; 2) mistura desordenada de coisas diversas, mixórdia, baralhada, bagunça; 3) bordado de agulha sobre pano desfiado; crivo (utensílio de fundo perfurado, utilizado para separar fragmentos; peneira; escumadeira). Dicionário Houaiss

Com curadoria de Rachel Vallego, “Barafunda” é a segunda individual de Samantha Canovas em oito anos. A mostra é norteada a partir das técnicas de arte têxtil que aprendeu durante um longo período de pesquisa. Crochê, pintura, miçangas, bordado, costura e a técnica de desfiar tecidos desenvolvida pela artista visual Samantha Canovas formam a exposição “Barafunda”, na Referência Galeria de Arte. “Como artista me coloco em posição de abertura com o mundo, o corpo disposto a ouvir, refletir e engajar nas necessidades da contemporaneidade. Para tal iniciei essa produção pela vontade de voltar a pensar utopias, em um posicionamento contra a própria assepsia muitas vezes hermética dentro da arte contemporânea. Proponho então um exercício de liberdade criativa, que nasce da infinidade de possibilidades materiais do têxtil”, diz a artista.

Presente na língua portuguesa desde o século 16, a palavra barafunda carrega significados distintos, que vão do mais atual, bagunça, até a mais antiga acepção, uma técnica de bordado que para se fazer, é necessário antes desfazer o tecido. “Enquanto bagunça evoca apenas falta de ordem, barafunda, se permite abrir mão do controle, misturar coisas diversas e é também um tipo de bordado criado ao se desfiar um tecido. O efeito perfurado do bordado, o Houaiss, de maneira muito mais generosa do que o linguajar popular – peneira -, denomina crivo. Assim, barafunda nos permite navegar do caos total para uma criteriosa seleção daquilo que é desejado. Ao desmanchar algo já feito, num movimento de extrema precisão da agulha, que seleciona e remove a linha, altera-se a trama do tecido, criando uma composição inteiramente nova”, afirma a curadora.

Rachel Vallego ressalta que a obra de Samantha Canovas igualmente evoca tal transformação. “De uma produção que se debruçava em questões fundamentais da pintura numa dimensão conceitual da tela como suporte para a tela como matéria e materialidade, vemos agora essa mesma tela encontrar liberdade para experimentar, abrindo mão da sisudez conceitual, degustar das possibilidades da cor e do riso. Ao apresentar sua produção atual, a artista nos convidada a nos aproximarmos de maneira singular daquilo que há de mais genuíno e lúdico em nós”, completa.

Em “Barafunda”, as obras formam um conjunto que abraça possibilidades, novos caminhos dentro da produção da artista. “Barafunda é para mim um sinônimo do que me é mais caro enquanto artista: A vontade de abraçar uma liberdade criativa através da materialidade têxtil, muitas vezes relegada a uma condição de subalternidade dentro da arte contemporânea por sua associação histórica à questão de gênero“, reflete Samantha Canovas. Os trabalhos apresentados têm por objetivo abrir-se para o diálogo direto com o mundo, trazendo humor e descontração para essa conversa. “A interação entre a pintura e as formas, entre linhas e frases, entre listas e padrões de beleza aos quais optamos ou não nos encaixar e nos relacionar”, sentencia a artista.

Sobre Samantha Canovas

De Brasília – DF (1990), Samantha Canovas é artista plástica, têxtil, arte-educadora e escritora. Iniciou sua trajetória artística pesquisando os limites da materialidade da pintura, e atualmente investiga o têxtil enquanto campo escultórico e os vestíveis, visando a diluição da fronteira arte/artesanato. Mestra em Poéticas Visuais pela ECA/USP e bacharela em Artes Plásticas pela UnB, participa de exposições coletivas desde 2010. Participou das residências artísticas NES, na Islândia e na SVA, em NY. Em 2016 realizou sua primeira exposição solo "Lembrar que a água circula por debaixo das ondas", em Brasília. Artista vencedora do Prêmio PIPA Online 2022. Em março de 2024, apresentou na SP-Arte a performance “Enquanto caminha carrega a pedra 2", em que atravessou o pavilhão da Bienal de São Paulo arrastando duas pedras de por volta de 20 kg cada, na cauda de um vestido de linho branco, construído pela artista.

Sobre Rachel Vallego

Rachel Vallego é a curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo desde setembro de 2023. É Doutora em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP - 2019), mestra em Artes (2015) e graduada em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB - 2012). Realiza pesquisa sobre arte moderna e contemporânea, com ênfase nos processos de consagração do Modernismo e o mercado de arte durante a década de 1970. Em 2021, participou do grupo de curadores da exposição “Projetos para um cotidiano moderno: Brasil 1920 - 1960”, MAC-USP. Recebeu Menção Honrosa no concurso APEX Brasil “EXPO OSAKA 2025”, pelo projeto de curadoria para o escritório ARQBR. Em 2023, foi curadora da exposição "Rastro dos Restos", de Ricardo Ribenboim, no MAC-USP. É coordenadora de projetos e produção do grupo de pesquisa Academia de Curadoria, UnB, responsável pelo desenvolvimento do projeto ARTEMIDIAMUSEU, coleção de arte digital para o Museu Nacional de Brasília, realizando as exposições virtuais “Segue em anexo”, “Arquivo Indisponível”, “Aceitar e Continuar” e a exposição presencial “Atualização do Sistema”, no Museu Nacional de Brasília, de dez/2023 a mar/2024.

Num relâmpago

De Marcelo Camara
Curadoria | Pedro Ernesto
Sala Acervo | Referência Galeria de Arte

Tanto na pintura quanto no desenho, o Marcelo Camara explora a imagem entre gesto e figuração, partindo do olhar para a história da arte. Seu trabalho é carregado de ambiguidades e, nele, traços, manchas e cores mais sugerem do que definem figuras e cenas, impossibilitando uma leitura estável ou sentido rígido. Temos assim uma abertura da imagem que questiona a fixidez da história e afirma o desejo individual, tornado marca visível por meio do gesto. Em “Num relâmpago”, o artista reúne um conjunto variado de trabalhos, sendo a maioria deles parte da produção mais recente, de 2024, e outros de 2023. Além das pinturas em tela há também duas séries de desenhos/pinturas em papel, também de 2024.

Em “Num relâmpago”, Marcelo Camara apresenta algumas obras de tamanhos variados, em sua maioria de pequeno e médio formatos. “No final de 2023, após um período em que experimentei produzir pinturas que aproximavam-se visualmente bastante das obras de referência – tentando assim entender certos limites e efeitos da imagem –, senti que o pensamento do trabalho ganhava outra força, num rumo de maior liberdade e de uma particular autonomia pictórica”, afirma o artista.

Nesta exposição, o artista apresenta um trabalho firmado mais no gesto, sem nunca abandonar o apelo de uma ideia de figuração. Ele explora as possibilidades das superfícies preenchidas e das que são deixadas em branco; das luzes e das sombras; dos traços e espaços por vezes mais soltos e vazios, como que acolhendo a dúvida e o não-saber. “O trabalho de Camara surge a partir de um desejo pela mostração, de movimentos que seu olhar, coordenado com os gestos – isto é, com seu corpo –, desenvolve a partir das imagens que toma como referência. São movimentos de aproximação e distanciamento, in e out, que embaralham escalas, vocabulários formais, códigos cromáticos e outros elementos, muitos dos quais fundamentais na sedimentação de convenções dos gêneros da pintura. Produz detalhes monumentalizados e paisagens miniaturizadas”, afirma o curador.

“Camara não compactua com certezas pretendidas pela história, pela geografia e pela imagem, não reafirma cânones e suas relações de poder consagradas entre o aqui e o lá. Muito menos propõe uma hierarquia entre autor e espectador... [Ele] compartilha conosco suas inquietações e espantos diante das imagens, com as quais passamos a notar que olhar exige mais do que simplesmente ver”.

Pedro Ernesto, curador

Sobre Marcelo Camara

Bacharel em Artes Visuais (UnB) e graduado em Arquitetura e Urbanismo (UnB), Marcelo Camara realizou intercâmbio na École Nationale Supérieure d’Architecture de Strasbourg, França. Participou de exposições coletivas, como o Programa Exposições do MARP, Ribeirão Preto (SP), Arte Londrina 8 (PR) e teve sua individual Variações apresentada no Espaço Cultural Renato Russo (DF) em 2022 e também no Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia, GO. Em 2023 o artista foi indicado ao Prêmio PIPA. Tanto na pintura quanto no desenho, o artista explora a imagem entre gesto e figuração, partindo do olhar para a história da arte. Seu trabalho é carregado de ambiguidades e, nele, traços, manchas e cores mais sugerem do que definem figuras e cenas, impossibilitando uma leitura estável ou sentido rígido. Temos assim uma abertura da imagem que questiona a fixidez da história e afirma o desejo individual, tornado marca visível por meio do gesto.

Sobre Pedro Ernesto

Pedro Ernesto é professor adjunto do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília (UnB). É Doutor (2020) e Mestre (2016) em Artes, com ênfase em Teoria e História da Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UnB (PPGAV-UnB).  Possui bacharelado em Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual e Projeto de Produto pela UnB (2011). Atua no ensino e pesquisa em Teoria e História da Arte com ênfase em arte contemporânea, história da arte, curadoria, exposições, a partir de perspectiva interdisciplinar com políticas culturais, sociologia da arte, história da cultura e museologia. Atuou como professor no curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Foi curador da exposição “Docente corpo” (2023), realizada em Castro (PR).

Serviço:

Barafunda | De Samantha Canovas
Curadoria | Rachel Vallego
Sala Principal | Referência Galeria de Arte

Num relâmpago | De Marcelo Camara
Curadoria | Pedro Ernesto
Sala Acervo | Referência Galeria de Arte

Abertura | 25/05, das 16h às 20h
Visitação | Até 20/07
De segunda a sexta, das 10h às 19h
Sábado, das 10h às 15h

Entrada | Gratuita
Classificação indicativa | Livre para todos os públicos
Endereço | 202 Norte Bloco B Loja 11, Subsolo Asa Norte – Brasília-DF

Telefone | (+55 61) 3963-3501
Wpp | (+55 61) 98162-3111
E-mail | referenciagaleria@gmail.com
Facebook | @referenciagaleria
Instagram | @referenciagaleria

Informações para a imprensa:

Agenda KB Comunicação
Contato: Luiz Alberto Osório
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