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Geraldo Teixeira

Geraldo Teixeira

Pará
, 1953
Artista Representado

Iniciou sua carreira em 1975 e participou de várias exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos e Europa. Possui obras em acervos de vários museus brasileiros. Fundador da Associação dos Artistas Plásticos do Pará, foi curador geral do Salão Paraense de Arte Contemporânea-SPAC. Utiliza em suas pinturas a encáustica, cujo processo artístico reúne referenciais culturais clássicos ao experimental contemporâneo. Além da pintura, trabalha no campo tridimensional, utilizando madeira, alumínio, ferro e vidro usando como tema a construção náutica, característica dos rios da Amazônia, especificamente os “cavernames” (conjunto de peças que dão forma ao casco da embarcação). Trabalha também com Arte Pública, produzindo obras em grandes dimensões. Atualmente vive e trabalha em Belém.

obras disponíveis

CO 8505 - Geraldo Teixeira - 60 x 60 cm
Rugas
Pintura
  - 60 x 60 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
CO 8504 - Geraldo Teixeira - 60 x 60 cm
Rede
Pintura
  - 60 x 60 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
CO 8503 - Geraldo Teixeira - 100 x 80 cm
Florata
Pintura
  - 100 x 80 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
CO 8502 - Geraldo Teixeira - 80 x 100 cm
Maresia
Pintura
  - 80 x 100 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
CO 8501 - Geraldo Teixeira - 120 x 120 cm
Tapume
Pintura
  - 120 x 120 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
CO 8500 - Geraldo Teixeira - 120 x 120 cm
Mosaico
Pintura
  - 120 x 120 cm
Geraldo Teixeira
Sob consulta
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Currículo do Artista

PRINCIPAIS INDIVIDUAIS

Galeria Angelus -Teatro da Paz – Belém- PA (1978);

Galeria do Teatro Lira Paulistana – São Paulo – SP (1980);

Galeria de Arte do IBEU – Rio de Janeiro – RJ (1988);

Galeria Arte Assinada – Belém – PA (1991);

Museu da UFPA – Belém – PA (1995);

Lâminas D’Água – Galeria de Arte do CCBEU – Belém – PA (2005);

Azulejos Periféricos – Espaço Cultural Banco da Amazônia – Belém – PA (2007);

Santo de Casa – Galeria ELF – Belém – PA (2008);

Organicidade – Galeria Colorida – Lisboa –Portugal (2010);

Pintura Azulejo – Casa Manuel Teixeira Gomes – Portimão – Portugal (2011);

Além do Jardim – Galeria de Arte CCBEU – Belém – PA (2011);

Geometria do Tempo – Elf Galeria – Belém – PA (2013);

Paisagem do Tempo – Elf Galeria – Belém – PA (2016);

Geografia do Espelho – Espaço Cultural Banco da Amazônia – Belém – PA (2018):

Alegorias – Espaço Cultural Lourdes Malcher – Belém – PA (2020)

Fronteira – Espaço Cultural Silveira Athias – Belém- PA (2022)

 

PRINCIPAIS COLETIVAS

Mostra Nacional de Arte – MNBA – Rio de Janeiro (1975);

Projeto Arco-íris – Galeria M.F. Andrade – FUNARTE – Rio de Janeiro (1978);

II Coletiva COARTE – Galeria Rio Arte – Brasília (1979);

44º Salão Paranaense – Curitiba (1987)

Salão de Arte de Pernambuco – Recife (1989);

Rivoli 90 – Roterdã – Holanda (1990).

Art in Paradise – Miami – USA (1992).

XI Salão Arte Pará – Grande Prêmio 1992 – Galeria Rômulo Maiorana – Belém;

Graphos – Espaço Cultural Sebrae – Brasília (1993);

Art in Paradise – Brazilian American Cultural Institute – Washington (1993).

Painel da Arte Brasileira – MAB / FAAP – SP (1993);

10o Mostra do Desenho Brasileiro – Curitiba (1994);

Painel Sebrae Arte Contemporânea – Brasília (1994);

I Salão de Arte Contemporânea – Museu de Arte Moderna – Salvador (1994);

Painel da Arte Contemporânea Brasileira – MAC – SP (1994);

Tempo Passado, Tempo Presente – Manaus- AM, Santos-SP, Rio de Janeiro-RJ e Almada-Portugal (1998);

Memorial de Curitiba –Paraná (2001);

Bolsa de Pesquisa, Arte e Criação Artística – IAP – Belém – PA (2003);

Pentagrama – Galeria de Arte da Fundação Ipiranga – Belém – PA (2004);

Arte Pública – Cavername – Lago do Parque Mangal das Garças – Belém – PA (2005);

Contiguidades – Museu Histórico do Estado do Pará – MEP – Belém – PA (2008);

Salão Arte Pará 30 anos (Artista Convidado) – Museu do Estado do Pará – Belém – PA (2011);

Trilhas – Galeria H. Rocha – Rio de Janeiro (2012);

Traços Locais – Museu da UFPA – Belém – PA (2013);

Ambiência – Centro Cultural Sesc Boulevard – Belém – PA (2014);

The Book is on the table – Exposição Comemorativa aos 60 anos do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos – MABEU – Belém – PA (2015);

A Cidade que vejo – Exposição Comemorativa aos 400 anos de Belém – Elf Galeria – Belém – PA (2016);

Margens – Galeria Virgílio – São Paulo (2016);

Route 25 – Centro Cultural Brasil -Estados Unidos – MABEU – Belém – PA (2016);

36º Salão Arte Pará – Artista Convidado – Museu Casa das Onze Janelas – Belém – PA (2017).

Tanto Mar – Espaço Cultural Santa Catarina – Lisboa – Portugal (2019);

Sagrado – Galeria Fidanza – Museu de Arte Sacra – Belém-PA (2020)

Side by side Venice Art Biennale 2022. Veneza – Itália

 

OBRAS EM ACERVOS

Coleções particulares;

Espaço Cultural Banco da Amazônia;

Espaço Cultural Casa das Onze Janelas – Museu de Arte Contemporânea (Belém-PA);

Federação das Indústrias do Estado do Pará – FIEPA;

Fundação Roberto Marinho;

Fundação Ypiranga (Belém-PA);

Museu da Universidade Federal do Pará;

Museu de Arte Brasil-Estados Unidos – MABEU (Belém-PA);

Museu de Arte Contemporânea de Santa Catarina – MASC;

Museu de Arte de Belém – MABE;

Museu do Estado do Pará;

Palácio da Justiça (Belém-PA).

 

ARTE PÚBLICA

Cavername – escultura em madeira – Parque Ecológico Mangal das Garças (Belém-PA);

Lançante – escultura em madeira – Jardins do Museu da Universidade Federal do Pará.

 

Texto curatorial da exposição Paisagem do Tempo

 

Alquimista da cor, Geraldo Teixeira apresenta uma obra que traz referências pictóricas que ancoram reminiscências da herança colonial barroca portuguesa, muito presente em Belém do Pará. Explora com virtuosa habilidade a iconografia dos azulejos e mosaicos mouro-lusitanos, criando delicadíssimas filigranas de texturas e cores. No domínio da técnica, Geraldo Teixeira move-se na fluidez da cor, constrói o sensível, a plasticidade, a arqueologia de uma paisagem gravada no imaginário, transportada para a tela em fragmentos de histórias, impregnadas na memória.

O azulejo como ponto de partida na expedição pictórica que Geraldo Teixeira realizou em terras lusitanas deslocou-se com suas cores e texturas para além do jardim. Um jardim de luzes e, dessa forma, por princípio, um trabalho que nos remete a um jardim impressionista. No contemporâneo, as alusões aos mestres do passado são mais que recursos frequentes, artifícios salutares de experimentação. O pintor opera uma refinada alquimia com as parafinas da encáustica cujas veladuras aglutinam o grafismo stêncil dos azulejos ao cromatismo ancestral da têmpera elaborado com os pigmentos acrílicos. Transparências que revelam/ocultam vigorosas texturas, matizes sutis e as finas tessituras de um rendilhado graficromático. Tramas de cor que reverberam uma artesania virtuosa que, invariavelmente, nos conduz a outras de heranças estético-culturais. Nos volteios disso tudo, Geraldo Teixeira mergulha rumo a uma abstração lírica que se expande na medida em que a matriz original dos azulejos vai se diluindo.

 

Texto curatorial da exposição Alegoria

 

Alegoria (ou) nota/manual para mergulho.

Ao longo de mais de quatro décadas de carreira, Geraldo Teixeira vem construindo uma sólida e inventiva produção. Aliado da cor e do gesto, possui um variado leque de experimentações e faz da versatilidade de suas pesquisas uma força constante na estruturação de sua obra.

Coletor das preciosas sementes deixadas pelo Abstracionismo Informal, o artista vem explorando uma infinidade de materialidades plásticas sobre variados suportes, ressignificando dia a dia suas composições em um labor a la Candido Portinari1 (1903-1962). Ressignificar é um verbo caro ao vocabulário das Artes, ele é uma espécie de marca/registro/método de todo artista que tem na constância uma ferramenta para sua produção de conhecimentos sensíveis. O conjunto de obras aqui expostas são recortes dessa intensa dedicação à matéria plástica, nos apresentando parte de sua lírica subjetiva. São delicados índices visuais que nos revelam seus gestos construtivos e suas reverberações.

Aos iniciados em suas características poéticas, é perceptível a natureza cumular barroca de suas flores, que nascem sob um campo de texturas e se entremeiam por camadas de cor, aplicadas através de stencils, recortes, colagens, velaturas e outras sobreposições. E mesmo que muitas de suas composições apresentem uma clara influência barroca, e que também possuam muitos outros elementos geométricos e até surreais, é na codificação abstrata informal que suas obras se distinguem e nos instigam por sua psiquê e linguagem.

Geraldo Teixeira nutre-se também das referências imagéticas dos azulejos de nossas fachadas arquitetônicas, coloniais e suburbanas, estabelecendo com estas um diálogo para algumas de suas composições atuais. E assim como Alfredo Volpi (1896-1988), ele utiliza formas simples como pontos de partida para suas pesquisas compositivas cromáticas, e, mesmo que uma forte evidência geométrica representativa seja plenamente visível, é a cor, a composição e suas possíveis inter-relações de vibração e externalidade que se colocam como um de seus grandes assuntos.

No entanto, tais aspectos só se fazem visíveis pela percepção atenta de suas obras. É necessário o mergulho do olhar, para assim superar a “tensão superficial” de nossas bolhas de representação e encantamento policromático. É o mergulho na força subjetiva de seus trabalhos que nos leva aos repertórios para a percepção de suas laborais, alegóricas e cirúrgicas questões plásticas.

Pablo Mufarrej

Curador

 

1 Importante artista brasileiro que se dizia um operário da arte e assim como Geraldo também é reconhecido em sua biografia por uma disciplinar rotina de trabalho em seu ateliê.

 

Texto curatorial da exposição Geografia do Espelho

 

Os espelhos e a memória.

Há na proposta de trabalho do artista Geraldo Teixeira, uma premissa de identificação e de reconhecimento. Calvino diz que “Os outros lugares são espelhos em negativo. O Viajante reconhece o pouco que é seu descobrindo o muito que não teve e que nunca terá”. Contrário, ou não? Ao que diz Ítalo Calvino em Cidades Invisíveis, Geraldo se encontra no espelho de um lugar distante e diverso, de uma pintura longe no tempo, e tudo lhe parece próximo e real.

Não será um espelho em negativo o olhar a Giverny? Não será o reconhecimento do que teve, o inverso das cores e das delicadezas vistas da tranquila ponte, tantas vezes pintada por Monet? Ao olhar o muito que não teve, o artista descobre pelo espelho invertido, o que teve. E certamente não é pouco e se desenvolve e cresce num passado de memórias e conhecimentos. Um espelhamento nas águas, uma árvore que tomba seus galhos sobre elas, o som de línguas estranhas, trazem outras águas, outras cores, outras sombras. Trazem um bem precioso, talvez esquecido ou relegado a um canto da memória, um lugar íntimo e pessoal, cheio de mistério e profundeza, de uma transparência colorida e cambiante, um murmúrio de mata que nunca silencia.

Geraldo Teixeira tem uma trajetória de rio, passa muitas vezes pelos mesmos lugares, mas nem ele, nem os lugares, são os mesmos. A experiência de reconhecimento e construção de imagens pelo inverso que aproxima, vai investir certamente em um dos pontos fortes do trabalho do artista, o manejo da cor. Mas, acima de tudo vai atestar o seu grande domínio, que é a pintura.

Jussara Derenji

Curadora

Claudio Tozzi

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